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domingo, 19 de agosto de 2012

Ritual de passagem - a consagração das runas -

   
  As runas, segundo a *Edda Poética, foram encontradas por Odin
em seu ritual de passagem.
 Após permanecer nove dias  e nove noites, ferido por sua própria lança, pendurado de cabeça para baixo, sem beber e sem comer, encontra os caracteres rúnicos.
  Para poder conhecê-las, entrega seu olho direito para o Senhor do Conhecimento, Mimir, guardião da fonte da sabedoria,cujo nome significa "Aquele  que  pensa", e
assim, obtém o conhecimento sobre as runas secretas.

 Da mesma maneira, para entrar em um contato profundo com cada um dos ideogramas, cada qual vivencia seu próprio ritual, algumas vezes auto-imposto, como no caso de Odin e, noutras, jogado pela vida, como no meu caso.
  Pode ser realizado com um contato profundo no universo de cada runa,
aliado ao processo  de busca interior.

O melhor, então, é vivê-las:


 Fehu 
Pede trabalho e esforço; pode-se encontrar na natureza o que mais se  adequa a confecção do  jogo pessoal, que pode se pintado ou esculpido em pedras, entalhado em madeira, pintado em conchas ou pirografado em sementes; aconselho, também, um ritual para a execução desta tafera, que pede silêncio, reflexão sobre seu significado e entonação do som do nome de cada uma.

Uruz
Exige posse - aquele jogo será seu.
Então, aconselho colocá-lo na terra, para que seja imantado; em seguida, no sol, para ser energizado e banhado pela lua cheia, para que receba a força do magnetismo lunar.

Thurisaz
Adverte para o pensamento racional, justo, preciso, de cada símbolo; então, o estudo se faz necessário - ler, aprender e pesquisar.

Ansuz
Entender a sabedoria divina de Odin, conhecimento esse que pode nos chegar através de sonhos; sugiro  dormir com cada pedra sob o travesseiro, meditar sobre seu significado e relacionar as mensagens com os acontecimentos do dia.

Raido
Ir além; estudar tanto a cultura Nórdica como o conceito que cada símbolo poderia ter na Escandinávia no passado longínquo  - viajar, usar as runas para perguntar sobre tudo o que se deseja alcançar e conhecer.

Kenaz,
Iluminação; nesse momento, acender um luz sobre a vida, questionando e refletindo a jornada que se inicia, como por exemplo:


-o que estou fazendo?








-que responsabilidade estou disposto a assumir?


-quais meus medos?


-o que sei-de alma?


-o que mudar?


-qual  verdade  persigo?


-com o que meu uno?


-o que me dá prazer?


-o que me impede?


-sobre o que silencio?



-o que me faz falta?


-o que colho?


-invoco meu Mestre.


-escolho meu caminho.


-faço uma prece pedindo proteção.


-peço iluminação.


-firmo meu propósito.


-purifico o passado.



-dou o primeiro passo.


-planto nova semente.
          

-conecto-me com minha intuição.



-estou pronto para me conhecer.



-vivo com fé, minha transformação.


-agradeço aos ancestrais e lhes peço auxílio.


Gebo,
União; hora de conectar com a alma e sentir a ligação com cada um dos ideogramas, escrevendo o próprio nome em rúnico e, assim, saber mais sobre si mesmo.

Wunjo,
A consagração:
Escolher uma data significativa; uma lua crescente ou cheia, de preferência numa quarta-feira, dia consagrado a Odin; se possível, numa festa também do sol, como um equinócio ou solstício, e numa festa do céu, como Beltane ou Sahmain - seria mágico  poder unir tudo numa só data.
Flores, velas, pedras, incensos, ervas, música e água, adornarão a toalha, cujas runas, espalhadas numa  mandala benéfica, coroarão a cerimônia de consagração.

Início:
Prece a Odin

"Senhor Odin, Mestre e Guardião das Runas  secretas, hoje  invoco teu poder e peço que guarde e abençoe este jogo de runas para que sempre seja utilizado de forma construtiva, que oriente minhas mãos, meus pensamentos e meu coração, e permita que minhas questões sejam respondidas com verdade e sabedoria que isso me faça melhor para que eu plante as melhores sementes e colha o que me for devido.


Salve Odin!" 

Caso preferir, pode-se homenagear também outros deuses. 

Com a vela acesa, andar em torno da mandala rúnica, dando sete ou nove voltas inteiras; recolocar a vela em seu castiçal, sentar-se em contemplação, mentalizando o trabalho e entoar o nome de cada runa, criando, assim, uma melodia mágica e secreta.
Pedir ao  Senhor Odin que abençoe as runas e proteja a oferenda.
Quando a vela terminar de queimar, beber a água como se, assim, fosse absorvido o conhecimento - então, a cerimônia terá chegado ao fim, as runas serão guardadas num saquinho, junto de uma ametista e uma selenita e a toalha dobrada - e a caminhada continua, pois ainda  faltarão dezesseis  runas para concluir o ritual de passagem.


  *A   Edda Poética e a Edda em prosa são as mais importantes fontes de informação sobre mitologia nódica.